sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Poesia da Sociedade

Quem falou que entendo alguma coisa disso
quem disse que percebo, quem disse que explico
preciso de ar, um pouco de humidade,
as coisas estão secas, uma calamidade

To distante dos bons atos,pareço um fantoche,
sem brilho, sem contraste,
meu lábio eu aperto forte
pareço um pouco frio, não temo tanto a morte

A pureza nem sei o que é mais
um dia eu sabia, mas hoje não sou capaz
nem tenho o mesmo tato
o aspero ficou mole
a paz de mim foge


O amor ainda existe, sim eu acredito,
a paz entre homens, desta eu duvido,
o amor jaz nas sombras, nos olhos, nos suspiros,
ora aparece, ora dá um sumiço

Mas o motor prossegue,
rangindo feito velharia,
ele se chama humanidade,
empoeirado e suicida,
à beira do penhasco,
rodando com ironia
como se mal nenhum lhe fizesse
uma queda definitiva

Mas alguém ainda acredita,
até atingir conhecimento,
depois disso cria pernas,
e quase sempre perde o censo
cai na monotonia
ficando moderno e sem sentimento


E vamos todos seguindo esse pé
quase sempre surdos, mudos e sem fé
desacreditados e mecânicos
num mundo de desencantos
de riquezas e cotidianos
de ossos e caixões
de grandes e anões
de homens e marcianos


Fernando Augusto.

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