terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Sistema Falido das Igrejas Evangélicas

A cada dia que passa, a cada fusão de igreja x com a igreja y, formando mais uma igrejinha, me convenço que o sistema das igrejas está falido. Isso pode parecer uma declaração medonha, difícil de engolir, mas é verdade.

Eu conheço as igrejas evangélicas. Muito bem por sinal. Fui criado freqüentado-as, participando de conjuntos musicais, de acampamentos, congressos e programações das mais variadas (de vigílias de oração a viagens missionárias). Tudo isso muito me importa, muito significa, porque eu tenho fé em Deus. Mas nas igrejas, no sistema, eu não dou fé nenhuma.

Hoje eu não freqüento nenhuma igreja. Eu apenas visito uma aqui, outra lá. Mas eu sempre percebo que o sistema é o mesmo para todas: O ATIVISMO.
Uma dúzia de conjuntos ou cantores provavelmente irá se apresentar durante um culto de domingo em quase qualquer igreja evangélica que você entrar, especialmente se tiver na fachada a palavra “assembléia” ou “tradicional”. Isso irá ocupar pelo menos 60% de todo o tempo da reunião. E durante esse tempo, muitos vão aproveitar para conversar tudo que não falaram durante a semana.
Quer dizer, em suma, enquanto uns cantam, outros conversam, nesse evento chamado de culto. E nisso, de vez em quando alguém solta um “aleluia”. Tudo isso seria lindo, maravilhoso, não fosse a ausência de uma coisa tão elementar no cristianismo: EVANGELISMO.

Evangelizar, antes de qualquer coisa, é se preocupar com o próximo, querer que ele esteja melhor amanhã, seja emocionalmente, financeiramente ou em outra área. E quem se preocupa, faz alguma coisa. Não se conforma com o mundo como ele é, com tudo de ruim que há. Olha pra isso e decide fazer algo.
Jesus certamente faria, então, qualquer um que se diga “cristão”, que é seguidor de Cristo, terá motivação suficiente para não apenas achar que precisa fazer, mas vai fazer mesmo, pra valer. Ele(a) irá às ruas falar com as pessoas sobre o amor de Deus, irá arrecadar roupas para dar aos pobres, irá dar comida pros famintos, irá interagir com todo tipo de gente sem medo nem preconceito, porque ele(a) encara a todos de forma igual, sem diferenças, pois assim Jesus fez e faz.

Mas o que se vê nas igrejas é uma total INDIFERENÇA. E quando não há com quem se preocupar lá fora, preocupa-se com a vida dos que estão lá dentro. Nessa hora, a gente percebe a segunda coisa que mais se vê nas igrejas: A FOFOCA.

O que aborrece é saber a dimensão que as atividades ganharam dentro das igrejas. Em muitas igrejas, alguns minutos são inteiramente das meninas da coreografia, que fazem movimentos enquanto uma música toca e que no fim ninguém sabe o que quis dizer. O mesmo se dá quando algum conjunto canta uma música falando de destruição e fim do mundo, e logo que a apresentação termina, todo mundo esquece totalmente aquilo, ou pelo menos se comporta como se tivesse esquecido.
É triste, desanimador, quando você sabe que as igrejas poderiam ser bem melhores, mas estão definhando. Queria participar de uma que o evangelismo fosse a coisa número 1, que abrisse mão sem pensar duas vezes de um ensaio de 4 horas seguidas por uma atividade de serviço social. Queria entrar lá e ver que as pessoas não colocam o cristianismo delas na forma como se vestem, mas nas atitudes.

Isso só vai mudar se as pessoas mudarem, da mesma forma que o país só melhora se o governo melhorar. Mas é preciso ter coragem, ter motivação, já que está tudo confortável como está. Afinal, supostamente quem freqüenta a igreja toda semana está salvo na visão de muitos “crentes”.
Se você que leu é evangélico, fique na “paz do Senhor”, mas dê essa paz para quem não é também, pois eles precisam tanto quanto você.

4 comentários:

Unknown disse...

belíssimo texto, dos seus melhores! compartilho da sua opinião, vc sabe! vamos ao trabalho social!!!! bjocas

Fernando Augusto disse...

Obrigado, Gal! beijo

Teoh Edux disse...

Estamos precisando de uma perseguiçãozinha

- Kelly Morais ♪ disse...

É a mais pura verdade o que você mencionou, a igreja em si perdeu o foco principal muitos vão a igreja simplesmente por uma diversão social, e um culto que poderia ser abençoado perde totalmente
a benção .
Evangelizar é a palavra chave , se preocupar com o próximo , muitos acham que evangelizar está no simples fato de você dar algo a ciclano ou beltrano , mas para mim o verdadeiro trabalho social está em se importar de coração com o próximo , é virar para um morador de rua e dizer :
- Hei, existe alguém que se importa com você , ele quer te tirar dessa.
E não simplesmente esfregar os seus pecados em sua face , falando que se ele não se arrepender ele vai para o inferno !
Evangelizar está além do FAZER PARA SE SENTIR BEM !
Ninguém é salvo pelas obras...
Acredito e concordo com tudo que você disse .