Um homem está morto quando seus próprios interesses já o distraem o suficiente. Esse pensamento me veio como um míssil destruidor. Arrebatou minha calma, minha conformidade.
Esse pensamento sobre estar revoltado com o mundo é clichê, batido, mas é ao mesmo tempo atual. O motivo da revolta não é nenhuma novidade. O mundo não muda pra melhor, e as coisas que nele existem. Tudo que diz respeito para melhorar alguma coisa, cuidar da natureza, das pessoas doentes, dos mendigos, qualquer coisa assim morre com uma facilidade dos infernos no pensamento das pessoas.
Ir no cinema ? opa, agora mesmo. Sair pra jogar bola ? to dentro. Quando chega o convite pra fazer algo externo, que não tem a ver com o hedonismo, aí a coisa desanda. Ninguém quer, ninguém pode.
Beleza, todo mundo vive como quer e que se dane. Mas isso seria ótimo apenas se cada um vivesse no seu próprio planeta, ferrando-se sozinho, lucrando sozinho, rindo sozinho, chorando sozinho.
Mas o mundo é coletivo. Não importa se você é ateu, assexuado, alienado ou acéfalo. Tem que concordar com isso. Essa realidade liga todo mundo a todo mundo e todo mundo se torna responsável por todo mundo. A bomba explodiu em Israel, todos são responsáveis. O seu vizinho se matou ? você tem algo a ver com isso. O seu vizinho matou crianças numa escola ? pode crer que você não ta isento.
Enquanto a infeliz mentalidade individualista perdurar, enganando o indivíduo, fazendo-o pensar que ele não responde pela realidade coletiva, e vice-versa, a coisa não vai mudar.
E tem que mudar? se você acha que não, diga para as crianças. Não, não seja tolo. Não permita que elas sejam indiferentes como eu e você.
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